quarta-feira, 22 de setembro de 2010

SEGREDO CULINÁRIO

     Cada um de nós, apreciadores da gastronomia, tem arquivado em sua memória, fatos, sabores e olfatos que marcaram nossas sagradas refeições ao longo da vida. Tanto que este é um assunto que frequentemente volta às agradáveis conversas de amigos. Mas sempre que falamos sobre os sabores inesquecíveis, acabamos voltando à simplicidade da comida caseira que nos alimentou nos primeiros anos de nossas vidas. È muito interessante como alguns pratos, mesmo com um toque de contemporaneidade, tem a capacidade de nos fazer viajar no tempo...
     Existe até uma nova tendência que é a “Comfort Food”: é a comida emocional, que desperta sensações agradáveis e evoca o prazer e o bem-estar ligado à infância. Um exemplo desta tendência é o brigadeiro de colher (Humm! Quem não se lambuzou e se deliciou quando criança?).
     Minha mãe é uma grande cozinheira (caseira), e foi minha primeira grande mestre na arte da gastronomia. Em 1990, quando eu já estava com 20 e  poucos anos, eu estava morando sozinho e tive a sorte de ter uma cozinheira  muito boa (eu a chamava de dona Lúcia). Nesta época tive alguns raros  momentos de inspiração poética, e fiz o poema abaixo para ela (peço ao especialistas que me perdoem por eventuais falhas técnicas). Hoje, relendo este poema, fiquei um pouco frustrado de não tê-lo dedicado à minha mãe, mas com certeza ele foi inspirado em uma característica que todas as mães do mundo tem em comum: o prazer de cozinhar para seus filhos.                                                                                                                                                                                                       

                                         SEGREDO CULINÁRIO

A porção de arroz, feijão e ovo frito,
que com carinho a dona Lúcia faz,
é melhor do que pratos esquisitos,
de alguns cardápios internacionais.

-Tudo o que ela faz, tão simples parece!
Assim talvez digam os insensíveis...
De fato, ela faz coisas impossíveis,
e na sua humildade permanece...

E eu sei de onde toda essa graça vem:
vem de um grande segredo culinário,
que muitos dos mestres-cuca não tem;

ela junta aos ingredientes vários,
seja num prato, seja no que for,
umas boas pitadas do seu amor...


     

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