Elcio Nagano´s Blog

domingo, 26 de setembro de 2010

O ATUM

     O atum é um peixe magnífico. Uma das espécies chega a pesar 700 quilos, e pode
viajar 170 km em 1 dia.
     Existem várias espécies de atum, sendo as mais comuns no mercado brasileiro:
     .”kadiki” – (sail fish ou agulhão de vela)
     .”kihada” – (yellow fin ou atum lage)
     .”bati” – (big eye ou atum bandolim)
     .”kurô” –(blue fin ou atum azul)
     O atum é o rei dos peixes para sushi. Nos restaurantes japoneses ele é conhecido como “magurô” (atum em japonês, que curiosamente é uma palavra japonesa derivada do português “magro”). Mas paradoxalmente, quanto mais gordo o “magurô” mais saboroso. O atum tem uma característica peculiar de engorda: a partir da barriga, a gordura migra para o interior do filé, deixando-o gradualmente com aspecto marmorizado. Por isso um bom atum tem uma coloração “degradê” que vai vermelho vivo (no interior do peixe) até o esbranquiçado (na barriga). E é essa parte mais gorda do atum que é conhecida como “torô”, que é uma iguaria cada vez mais rara em todos os restaurante japoneses do mundo.
     Eu, como profissional de restaurante japonês, estou sempre à procura dos melhores atuns. Não gosto de utilizar o “sail fish” e o “yellow fin”, peixes que vivem em água quente e são comuns em nossa costa. Tenho conseguido trazer o “big eye”, que vive em águas frias e profundas, e quando atinge um bom tamanho (a partir de100 quilos), possui um “torô” maravilhoso. Por ser uma raridade, faço como todo o sushiman japonês: telefono para os clientes que tenho cadastrado em minha agenda com apreciadores de “torô”.
      Infelizmente o atum está sofrendo com a globalização do sushi e sashimi. Os estoques  naturais das espécies mais apreciadas (“big eye” e “blue fin”) estão reduzindo e o “blue fin” já está na lista das espécies ameaçadas de extinção.
     A boa notícia paras nós amantes do sushi de atum, é que já estão sendo utilizadas técnicas para reprodução e criação de atuns em fazendas marinhas, que conseguem simular o complexo ciclo de vida deste peixe.
     Além do sushi e sashimi, o atum tem sido utilizado na gastronomia contemporânea,
levemente grelhado, para manter o interior cru, o que dá ao filé um contraste de sabores e texturas muito interessantes. Para acompanhar você pode utilizar um molho de sua preferência. A minha sugestão é o molho Ponzu (50 ml de shoyu, 20 ml de vinagre de arroz, suco de 1 limão, suco de 1 laranja, e gengibre ralado a gosto).

atum_azul.jpg
O magnífico atum blue fin

Sushi niguiri de atum  (o meu preferido)
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sexta-feira, 24 de setembro de 2010

RESTAURANTES DA TOSCANA

     Para começar, não se sinta na obrigação de seguir todo o ritual de uma refeição italiana: Antipasto, Primo Piatto, Secondo Piatto & Contorno e Dessert. Você pode pular etapas, ou até mesmo compartilhar alguma delas. O importante é sempre você comer de acordo com a sua necessidade.  
     Indicar bons restaurantes na Toscana não é uma tarefa fácil, pois as opções são muitas, tanto na quantidade, quanto na qualidade.
     Vou indicar, inicialmente, os restaurantes que me foram indicados e  que freqüentei pessoalmente:

  1. Enoteca Tognoni – Bolgheri
      O pequeno vilarejo fica dentro de um antigo castelo de mais de 800 anos, pertencente desde sua origem à família Gheradesca, que hoje está na trigésima geração. O restaurante é simplesmente charmoso: prateleiras de vinhos pelas paredes, um balcão ao fundo, uma mesa enorme compondo o pequeno salão com mesas menores espalhadas aleatoriamente. Estávamos em 3 famílias (12 pessoas), e a grande mesa nos aguardava pois o “wine maker” da vinícola Castelo de Bolgheri tinha feito a reserva para nós antecipadamente. Sentamos e a garçonete nos disse que não havia cardápio. De entrada ela nos trouxe o Antipasti Diversi (uma variedade de frios, queijos, bruschetas, crostinis, antepasto de legumes e pães). Escolhemos na prateleiras o vinho Castelo de Bolgheri (ótimo custo-benefício). Já estávamos quase fartos quando ela nos trouxe o prato principal: “Papardelle con Ragú de Cinghiale” (macarrão achatado e largo com ragú de javali – prato típico da região). Estava tudo divino! E o preço deste banquete foi de 110 euros por família (4 pessoas).

                                       Papardelle con Ragu de Cinghiale



  1. Il Latini – Firenze
      Localizada numa das ruas estreitas nas proximidades da Galleria degli Uffizi, esta típica cantina italiana é um local perfeito para uma deliciosa “confuzione” italiana: os presuntos pendurados no teto, a proximidade das mesas, as garrafas de Chianti na mesa (você paga mais ou menos o que você toma, e as minhas taças nem foram cobradas), a comida deliciosa e o preço justo (65 euros o casal). Quando você menos espera, já está conversando e brindando com a mesa vizinha. Salute!!!

                                          A agradável informalidade do Il Latini


  1. La Dolce Vita – Montepulciano
      A parte central de Montepulciano fica no interior de um imenso castelo no cume de uma montanha que tem uma vista privilegiada. Dos portões do castelo até o cume há uma longa rua, íngreme e charmosíssima, com lojas, enotecas e cantinas. Pedimos uma indicação a uma moradora local e ela nos indicou o La Dolce Vita (no cume da cidade). A entrada do restaurante é uma moderna loja de vinhos, e o salão é numa “cave” com a decoração rústica e original do castelo. A música ambiente de alta qualidade é moderníssima (jazz e lounge) e a comida é deliciosa: receitas tradicionais toscanas com um bom toque contemporâneo. Para acompanhar, apesar de estarmos em Montepulciano (cidade rival de Montalcino), tomamos um Brunelo de Montalcino Biondi Santi 2004 (estupendo!). E o preço desta experiência maravilhosa foi de 100 euros por casal. Valeu! Obrigado aos amigos que nos acompanharam nessa experiência. Saudades dos amigos  de Fortaleza da Confraria La Dolce Vita
(uma “dolce” coincidência).

                                          Brindando um Brunello no La Dolce Vita




  1. Trattoria della Fonte – Montefiridolfi
      Esta tratoria é o restaurante do hotel Fonte de Médici que fica no alto de uma colina em Montefiridolfi. As mesas estão na varanda, e as melhores estão na parte externa sob imensos umbrelones. A vista da paisagem toscana é maravilhosa: bosques, vinhedos, olivais e cipestres italianos. E se você estiver jantando numa noite de verão, pode ver o espetáculo do por do sol que ocorre às 21:00 hs. A comida é simples e deliciosa, com um preço justo.

                                      Vista privilegiada do Trattoria della Fonte
 
 
                                          Simplesmente delicioso Ravioli Burro e Salvia do Trattoria




  1. Osteria Passignano – Tavarnelle
      Este restaurante estrelado ( 1 estrela Michelin) fica ao lado da Badia Passignano (castelo de 1600 anos que hoje pertence à família Antinori). A localização é maravilhosa. A entrada do restaurante é uma simpática loja de vinhos, e o salão tem uma beleza clássica. A comida é simples (comida toscana com sutis pinceladas de contemporaneidade), e a execução é primorosa. O jantar foi uma sequencia completa: Flan de Pecorino com Redução de Balsâmico, Ravióli de “Pappa al Pomodoro”(espesso molho de tomate) com Pesto (molho de pinholes, azeite, alho e manjericão), Galeto ao Limão Siciliano e Batatinhas Crocantes e de sobremesa uma Torta de Chocolate Fundido (uma versão do “petit-gateau”) com Sopa de Morango. Para acompanhar foi servida uma degustação de vinhos Antinori, servido pessoalmente pelo somelier, que estava empolgado com nosso interesse pelos vinhos, o que acabou nos contagiando. O ponto alto da degustação foi um Solaia 2004.
       O serviço foi fantástico. Poucos garçons para o restaurante lotado, e nas 2 vezes que derrubei os talheres (culpa dos vinhos) a reposição foi imediata. Merecidas estrelas Michelin, e valeu o alto preço (150 euros por pessoa).

                                       Salão principal do Osteria Passignano



6          Ristoro L’Antica Scuderia
        Este restaurante também fica ao lado da Badia Passignanano (belo castelo de 1600 anos). Na entrada do restaurante há uma charmosa enoteca, onde você pode comprar vinhos; havia uma raridade na prateleira: umas garrafas empoeiradas de Sassicaia 88 a 500 euros (resistimos à tentação de tomar esta preciosa raridade). O salão interno tem uma ambientação discreta. Mas o local mais badalado do restaurante (pois estamos em pleno verão europeu) é a sua área externa, que tem mesas embaixo de coberturas e alguns “umbrelones”, e no meio desta área, há uma grelha, devidamente lacrada com uma estrutura de vidro com uma coifa. Desta grelha saem os deliciosas “Tagliatas di Manzo” (filé bovino grelhado) e a imperdível “Bistecca alla Fiorentina” (deliciosa bisteca de 1,5 kg, grelhada ao ponto) que é suficiente para 2 ou 3 pessoas. Antes dos grelhados comemos os “primi piatti” que são, como de costume, massas artesanais maravilhosas. Outro "primo piatto" que fez sucesso em nosso grupo doi o Ossi Buchi della Scuderia. Tomamos um Sassicaia 2007 (muito bom a 150 euros), sonhando com a safra 88.

                                      Ossi Buchi della Scuderia
 
 
                                                    Que delicioso prêmio de consolação: Sassicaia 2007
 
 


Postado por Elcio às 12:35 Nenhum comentário:
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quarta-feira, 22 de setembro de 2010

O SALMÃO

     O salmão é um peixe da família Salmonidae, que também inclui as trutas. Seu habitat natural são os rios e mares do norte da Europa, e ele tem um ciclo de vida muito complexo e peculiar: o salmão nasce nas nascentes dos rios de água corrente, límpida e fria, onde vive por aproximadamente 2 anos em sua fase juvenil, e depois migra para o mar. No mar esse peixe vive sua fase adulta nas águas frígidas e ricas em alimentos (pequenos peixes e crustáceos) do Golfo do Alasca. Quando atinge a sua maturidade sexual, o salmão inicia a sua longa e árdua viagem de volta, enfrentando muitos obstáculos (contra a corrente) e predadores, para o mesmo leito do rio aonde nasceu para se reproduzir, e na maior parte dos casos, também para morrer, pois exausto, dificilmente consegue retornar ao mar.
     O salmão é um peixe muito apreciado na alimentação humana. Além de altamente protéico, o salmão é carregado em ômega 3, que é uma gordura altamente benéfica ao nosso organismo pois tem uma ação preventiva em nosso organismo para evitar doenças cardiovasculares e inflamatórias.
     Mas até a algumas décadas atrás o salmão era uma rara iguaria, e só era acessível a poucos privilegiados. Hoje devido a técnicas de criação (complexas, pois tem que simular o ciclo de vida deste peixe), o salmão está bem mais acessível em nossas mesas. O salmão consumido no Brasil vem dos criatórios do Chile, que hoje tem no salmão um de seus principais produtos de exportação (mais de um bilhão de dólares por ano). Devido à explosão do consumo de comida japonesa, o consumo desse peixe vem aumentando exponencialmente aqui em Fortaleza; a textura e o sabor do salmão no sushi e no sashimi são divinos. Mas o salmão é um peixe muito versátil na cozinha, e pode ser preparado de diversas outras maneiras: grelhado, semi grelhado, frito, cozido,  assado, defumado, e o clássico da Escandinávia gravlaks (marinado com sal, açúcar, pimenta e endro).


                                                      Robata de salmão (grelhado japonês)



                                                      Temaki de salmão


                                                      Sashimi New Style Salmão
Postado por Elcio às 04:41 Nenhum comentário:
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SEGREDO CULINÁRIO

     Cada um de nós, apreciadores da gastronomia, tem arquivado em sua memória, fatos, sabores e olfatos que marcaram nossas sagradas refeições ao longo da vida. Tanto que este é um assunto que frequentemente volta às agradáveis conversas de amigos. Mas sempre que falamos sobre os sabores inesquecíveis, acabamos voltando à simplicidade da comida caseira que nos alimentou nos primeiros anos de nossas vidas. È muito interessante como alguns pratos, mesmo com um toque de contemporaneidade, tem a capacidade de nos fazer viajar no tempo...
     Existe até uma nova tendência que é a “Comfort Food”: é a comida emocional, que desperta sensações agradáveis e evoca o prazer e o bem-estar ligado à infância. Um exemplo desta tendência é o brigadeiro de colher (Humm! Quem não se lambuzou e se deliciou quando criança?).
     Minha mãe é uma grande cozinheira (caseira), e foi minha primeira grande mestre na arte da gastronomia. Em 1990, quando eu já estava com 20 e  poucos anos, eu estava morando sozinho e tive a sorte de ter uma cozinheira  muito boa (eu a chamava de dona Lúcia). Nesta época tive alguns raros  momentos de inspiração poética, e fiz o poema abaixo para ela (peço ao especialistas que me perdoem por eventuais falhas técnicas). Hoje, relendo este poema, fiquei um pouco frustrado de não tê-lo dedicado à minha mãe, mas com certeza ele foi inspirado em uma característica que todas as mães do mundo tem em comum: o prazer de cozinhar para seus filhos.                                                                                                                                                                                                       

                                         SEGREDO CULINÁRIO

A porção de arroz, feijão e ovo frito,
que com carinho a dona Lúcia faz,
é melhor do que pratos esquisitos,
de alguns cardápios internacionais.

-Tudo o que ela faz, tão simples parece!
Assim talvez digam os insensíveis...
De fato, ela faz coisas impossíveis,
e na sua humildade permanece...

E eu sei de onde toda essa graça vem:
vem de um grande segredo culinário,
que muitos dos mestres-cuca não tem;

ela junta aos ingredientes vários,
seja num prato, seja no que for,
umas boas pitadas do seu amor...


     
Postado por Elcio às 04:22 Nenhum comentário:
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terça-feira, 21 de setembro de 2010

DOMINGUEIRA GOURMET

     Abelardo Targino é um competente médico oftalmologista, apaixonado pela alta gastronomia e enologia. Ao longo dos anos ele foi desenvolvendo e manifestando esta paixão, e mergulhou em estudos, experiências, viagens enogastronomicas, e muita conversa gostosa sobre o assunto nas mesas dos bares e restaurantes de Fortaleza, e acabou se tornando um grande amigo de um grupo de chefs da cidade.
     Em 2009, Abelardo liderou este grupo na idéia de montar uma confraria gastronômica, e assim nasceu a Domingueira Gourmet. Diga-se de passagem que foi escolhido o inusitado dia de domingo por ser o dia de folga dos chefs.
     A Domingueira é um almoço, que transcorre do meio-dia às 9:00hs da noite. É totalmente “slow-food”. Nós chefs participantes comentamos que é o paraíso, pois podemos cozinhar sem “pressão” de custos e de tempo. O menu é composto de entrada
fria, entrada quente, primeiro prato quente, segundo prato quente, tábua de queijos finos e sobremesa. O grupo de chefs é composto por mim , Fernando Barroso, Marrie Anne Bahuer e Favery Junior, em cada Domingueira tem um chef convidado
(desta vez foi  o Stenio Machado). O menu é planejado com antecedência para que Abelardo faça a harmonização, que sempre é perfeita, e os melhores vinhos nem sempre estão disponíveis em nossas prateleiras. Sandra Mary Mourão e Sávio Queiroz também tem dupla função no grupo: providenciar os queijos finos (sempre os melhores do mundo) e fazer a comunicação visual do evento (convites, uniformes, fotografias, etc). Também participam do evento nosso cônjuges e alguns amigos convidados.
     No último dia 11, foi realizada a 3ª Domingueira Gourmet, e gostaria de compartilhar algumas fotos, e uma cópia do munu-convite (uma obra de arte do Sávio).
     Só posso finalizar dizendo que foi uma experiência divina em todos os aspectos:
a comida estava maravilhosa, os vinhos escolhidos pelo Abelardo estavam magistrais,
e principalmente o clima foi de total harmonia e alegria. E no final, inebriados pela 
longa e prazeirosa jornada enogastronômica (uma verdadeira “Festa de Babette”),
conversamos, rimos, dançamos, pois estávamos muito à vontade no apartamento de Abelardo e Cristiano (2 mestres na arte de receber amigos). Celebramos a vida...Santé!







                                      CONFRARIAS GASTRONÔMICAS

     Cozinhar é um ato de amor. E nada melhor do que compartilhar este ato com pessoas queridas...
     As confrarias gastronômicas, ou grupos gourmet, são pequenos grupos de amigos que se reunem periodicamente para cozinhar, harmonizar e degustar vinhos, e trocar idéias sobre gastronomia, enologia, e geralmente a conversa flui para tudo o que é agradável nessa vida.
     Este é um hábito que surgiu a muito tempo na França e até a pouco tempo as confrarias eram compostas somente por homens. Ainda há confrarias que adotam esta política (influência da cultura machista que, com justiça, vem sendo substituída por uma cultura mais igualitária).
     Montar uma confraria é uma opção de lazer muito interessante, mas é necessário seguir algumas regras pra que a mesma seja duradoura:
1.      Não exagere no número de participantes
      Dizem os franceses, que são entendidos no assunto, que o número ideal é de 6 a
      12 participantes, pois para que você possa degustar e vivenciar os rituais
      enogastronômicos, é necessário que todos se sentem à mesa. Você não pode cair
      na tentação de sair convidando todos os seus amigos de uma vez, pois o prazer
      pode se transformar em trabalho exaustivo. Se você não tem muita experiência,
      comece com 3 casais.

2.      Não exagere na freqüência
      Aqui está a 2ª grande tentação, principalmente se a 1ª reunião for muito
      prazeirosa: você vai querer marcar uma reunião para o próximo final de semana.
      Contenha o seu impulso momentâneo e estabeleça uma freqüência menor (é a
      arte de alimentar o desejo). Eu gosto de marcar uma reunião a cada 2 meses.
      E não se esqueça que existem outros prazeres para serem desfrutados: ir a
      restaurantes, fazer um churrasquinho ou apenas se encontrar com os amigos.     

3.      Escolha pessoas sem restrições alimentares
      Não tenho nada contra pessoas com restrições alimentares, e tenho muitos
      amigos vegetarianos, macrobióticos, alérgicos, etc. Mas a minha amizade com
      eles pode ser manifestada de diversas maneiras. É importante que os cozinheiros
      estejam livres para criar.

4.      Estabeleça dia fixo e viável para todos
      O dia marcado deve ser bom para todos  os integrantes do grupo.

5.      Mantenha a regularidade
      Tente ir a todos os encontros. Se houver muitas faltas a tendência é que o grupo
      se disperse.

6.      Todos devem participar
      Mesmo que você não seja um exímio cozinheiro, participe ativamente, pois
      certamente, quem cozinha precisa de uma ajuda. O encontro de uma confraria
      gastronômica é na cozinha. E além disso existem outras funções que podem ser
      desenvolvidas à medida que o grupo de aprimora: harmonização de vinhos,
      preparação de mesa e dos utensílios, comunicação visual, uniformes, etc.
 
7.      Mantenha o clima de harmonia nas reuniões
      O objetivo da confraria é compartilhar do prazer de cozinhar e degustar boa
      comida e bons vinhos. Por isso não é o momento adequado para falar e
      compartilhar problemas.

Postado por Elcio às 15:11 Nenhum comentário:
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OS DELICIOSOS COGUMELOS SHIMEJI

    
           Os fungos já foram classificados como seres do reino vegetal. Alguns cientistas os classificavam como animais. Hoje eles são classificados em um reino à parte – o reino Fungi.
           Eles fazem parte da alimentação humana deste o princípio da história. Estão presentes no fermento do pão, na levedura da cerveja, na fermentação dos vinhos, na fabricação dos queijos e na feitura dos temperos básicos da gastronomia japonesa: o shoyu, o missô e o sakê. Há também um tipo de fungo que é muito apreciado a milênios: os cogumelos comestíveis (mas não saia caçando cogumelos por aí, pois uma boa parte deles não é comestível).
            E entre os cogumelos comestíveis que estão contribuindo para a difusão deste ingrediente na gastronomia brasileira estão os deliciosos cogumelos shimeji (pegando carona na popularização da cozinha japonesa). Seu nome científico é Pleorotus Ssp; seu sabor é delicado e é altamente nutritivo. Sua composição é de 90% de água, e os 10% restante é composto  de fibras, carboidratos, proteínas, lisina e vitamina B1; tem baixíssimo teor de lipídios. Estudos atuais estão comprovando a eficácia deste alimento no combate ao câncer e ao colesterol.
            Para nós amantes da boa gastronomia, além dos atributos nutricionais e gustativos, uma grande qualidade deste alimento é a sua versatilidade. Você pode utilizá-los  para fazer refogados, sopas e risotos, preparar molhos para carnes e massas, usar como topping ou recheio de salgados diversos.
            Um de meus pratos preferidos, utilizando este ingrediente é a lula recheada com shimeji, cuja receita passo abaixo.

                                 LULA RECHEADA COM SHIMEJI

Ingredientes:
-1 bandeja (200 gr) de shimeji
-20 gr de manteiga sem sal
-20 ml de shoyu
-20 ml de sakê
-1 pitada de ajinomoto
-1 lula grande de boa qualidade
-molho teriyaki (redução de 1 litro de shoyu, 1 litro de sakê e 1 kg de açúcar)
-cebolinha picada

Modo de fazer:
-Desfiar o shimeji
-Derreter a manteiga e saltear o shimeji, temperando com o shoyu, o sakê e o ajinomoto
-Limpar e lavar a lula
-Rechear a lula com o shimeji salteado
-Fechar a “boca” do tubo da lula com palito
-Grelhar a lula recheada na chapa
-Fatiar com uma faca bem afiada
-Finalizar com molho teriyaki e cebolinha

Postado por Elcio às 14:53 Nenhum comentário:
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LA TOUR D'ARGENT

     O La Tour d’Argent (a torre de prata) é um dos restaurantes mais longevos do mundo (fundado em 1582). Localizado em Paris, às margens do Sena, do seu salão principal que fica no sexto andar,  há um vista maravilhosa do rio com seus famosos barcos “Bateaux Mouches” e da Catedral de Notre Dame. A decoração é clássica e elegante, e se você não seguir a recomendação de ir bem vestido (no mínimo um blazer para os homens), vai se sentir deslocado; as únicas exceções eram alguns casais da África e do Oriente Médio que estavam usando trajes típicos de seus países, mas com certeza os mais elegantes (poucas vezes me senti tão cosmopolitano).
     As maior especialidade desse restaurante é o Caneton La Tour d’Argent (uma espécie de “pato à cabidela”). Os detalhes (secretos) da preparação deste pato vão desde a criação da ave, em uma propriedade do restaurante, até a sua ritualística finalização no meio do majestoso salão. Este prato é servido em 2 etapas: primeiro vem a coxa e sobrecoxa servida com uma salada de tenras folhas, depois o peito é servido com o molho “au sang” e acompanhado de delicadas batatas fritas estufadas. Desde 1890 o prato é sequencialmente numerado, e tive o privilégio de me deliciar com o número 1.081.530 em setembro de 2009.
     A carta de vinhos, que parece uma Bíblia, pesa 8 kg e tem mais de 400 páginas, e tem quase todos os clássicos franceses, incluindo algumas safras que são raríssimas. Também não haveria outra forma de catalogar uma adega com mais de 400.000 garrafas. Um fato histórico interessante foi a parede falsa que foi erguida durante a II Guerra Mundial, para esconder a preciosa adega dos nazistas que invadiram Paris.
      Para completar o serviço é impecável: os garçons tem cordialidade e prontidão,sem ser invasivos (perfeito!).
     O La Tour d’Argent está atualmente fazendo um trabalho de recuperação de sua imagem, que ficou um pouco desgastada, devido a uma fase de acomodação nos últimos 15 anos. Depois de ostentar as 3 estrelas do Guia Michelin por mais de 50 anos, passou para 2 estrelas em 1996 e para 1 estrela em 2006. Eu apostaria nessa recuperação.
     E se você quer passar por essa vivência, faça a sua reserva com antecedência (www.latourdargent.com ) e prepare o seu bolso, pois o casal gasta no mínimo 300 euros, sem contar com o vinho que vai de 100 euros (já são bons vinhos) a alguns milhares de euros (é  o preço das raridades). Mas, vale cada centavo.
     E no final, quando extasiado pela experiência, você percorre os corredores para sair do restaurante, você percebe que os quadros pendurados na parede são fotos de grandes celebridades (nada a ver com as celebridades instantâneas do mundo moderno), que já se deliciaram nesse restaurante. Só para citar alguns exemplos: Theodore Roosevelt, Charles Chaplin, John Kennedy, Rainha Elizabeth, Grace Kelly... É um verdadeiro passeio pela História da Humanidade.


Caneton La Tour d'Argent - o peito do pato com molho "au sang"



                                          Salão principal do La Tour d'Argent


Postado por Elcio às 13:57 Nenhum comentário:
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APRESENTAÇÃO

Oi pessoal!
Em primeiro lugar gostaria de agradecer a 2 amigas que muito me incentivaram para abrir este blog.
Obrigado Fátima! Obrigado Jú!
O principal tema deste meu blog, com certeza, será a gastronomia (meu hobby e minha profissão).
Pretendo compartilhar com vocês as minhas viagens pelo mundo da gastronomia.
Obrigado!

Elcio (21.09.10)
Postado por Elcio às 13:54 Nenhum comentário:
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