terça-feira, 21 de dezembro de 2010

SUKIYAKI

     Um de meus pratos preferidos da gastronomia japonesa é o Sukiyaki. Gosto
muito de me deliciar com este prato tradicional, mas também gosto muito de pre-
pará-lo. É uma espécie de “foudue” japonês: os ingredientes (lâminas de filé
mignon, legumes diversos e temperos) são levados à mesa após o seu pré-preparo,
e o Sukiyaki é feito em uma panela especial que é colocada sobre um fogareiro,
sobre a mesa. Todos se servem diretamente da panela. Este é um dos pratos japo-
neses que tem como espírito, o fortalecimento dos laços afetivos dos comensais.
O Sukiyaki me transporta às minhas refeições familiares que vivenciei em minha
infância.
     A origem deste prato é milenar: os camponeses japoneses utilizavam os seus
rastelos (suki) para assar (yaki) batatas nas brasas das fogueiras que eram feitas
no campo ao anoitecer. Com o tempo foram sendo utilizados outros legumes e
temperos, para finalmente chegar na receita atual.
     Aqui em Fortaleza, o Sukiyaki ainda não caiu no gosto popular. Eu tinha colo-
cado este prato no cardápio do saudoso Kingyo Restaurant, mas não houve muito
interesse por parte dos clientes. Talvez o momento tenha sido inadequado, pois
a época era da febre do sushi/sashimi. Hoje faço Sukiyaki para minha família e
meus amigos. Quem sabe não seja o momento de lançar este prato no Soho?!?!

Sukiyaki


Ingredientes do Sukiyaki


                                 SUKIYAKI - RECEITA (p/ 4 pessoas)

Ingredientes:
.30 gr manteiga sem sal
.200 gr filet mignon cortado em tiras bem finas
.6 folhas de acelga cortadas em pedaços de 3 cm.
.1 cebola média cortada em rodelas
.8 shitakes frescos sem os talos, cortados ao meio
.100 gr moyashi (broto de feijão)
.1/2 maço de cebolinha cortado em pedaços de 3 cm
.200 gr tofu cortado em cubos
.200 gr macarrão udon cozido
.100 ml shoyu
.100 ml sakê
.15 gr açúcar
.1 envelope de hondashi

Modo de fazer:
.Cozinhar o macarrão udon al dente e reservar.
.Em uma panela elétrica específica para Sukiyaki ou em um tacho no fogão, derreter a
 manteiga.
.Dourar a cebola.
.Colocar o filé e temperar com um pouco do shoyu, sakê, açúcar e hondashi.
.Antes do filé dourar, acrescentar o shitake, o tofu, a cebolinha e a acelga.
.Temperar com o restante do shoyu, sakê, açúcar e hondashi.
.Quando tudo estiver cozido, acrescentar o moyashi e o broto de feijão, e cozinhar por
 mais 2 minutos.
   

terça-feira, 30 de novembro de 2010

TIPOS DE SUSHI

NIGUIRI-ZUSHI

     Literalmente quer dizer “com os dois dedos”, e é o sushi preparado da maneira mais tradicional: um punhado de shari (arroz avinagrado) coberto por uma fatia de peixe ou outro ingrediente, com uma leve camada de wasabi no meio.
     O tamanho do bolinho de arroz é importante. Se muito grande, faz o sabor do peixe desaparecer dentro da boca; se muito pequeno, a combinação de sabores é distorcida.
     Apesar de fatias de peixe serem o tope mais comum, também se pode fazer niguiri de kai(mariscos), ika(lulas), tako(polvo) e vários outros ingredientes (legumes, omelete, etc.)



GUNKAN

     Esta variante de niguiri-zushi é usada em duas situações: quando o tope não se presta à função de recheio, pois fica esmagado, ou quando se deseja destacar o sabor do tope. O bolinho de arroz é enrolado num cilindro de folha de alga(nori), de modo que, na parte de cima, sobre um pouco de nori acima da superfície do arroz: o ingrediente de tope é colocado ali. O fato de o tope sobressair ao limite da nori dá ao conjunto uma aparência de navio a vela – daí o nome japonês, que quer dizer “navio de Batalha”. Os ingredientes mais comuns do gunkan são as ovas, muito delicadas, e os pedaços pequenos de mariscos. Aqui em Fortaleza, devido à paixão cearense pelo salmão, é muito apreciado o gunkan-shake (bolinho de arroz enrolado num cilindro de salmão, com tope de salmão temperado com cebolinha e maionese)








MAKI-ZUSHI

     O significado da palavra maki é “enrolado”, sendo que qualquer sushi enrolado em alga leva a denominação genérica de nori-maki. Este sushi é mais gostoso comido de imediato, enquanto o nori está crocante e antes que o arroz o umedeça.A seguir as quatro categorias básicas de maki-zushi.



HOSSOMAKI

     A tradução é enrolado fino. Uma folha de nori (alga marinha) é colocada na esteirinha de bambu (sudarê). Sobre ela vai o shari e, no meio, o ingrediente de recheio. Depois, enrola-se toda a esteira, bem apertada, obtendo-se um cilindro, o qual é fatiado e servido em pequenas unidades.Os recheios variam, sendo os mais tradicionais o tekkamaki (atum) e o kappamaki (pepino). No Ceará são muito apreciados o shakemaki (salmão) e o philadelphia (salmão com cream cheese).

FUTOMAKI

     O termo pode ser traduzido como “enrolado grande”. Admite recheios variados, como por exemplo tamago-yaki (omelete japonesa), kampio (cabaça), farinha de peixe, cogumelos, etc. Enrolado como um grande rocambole, é cortado em fatias, de modo que o cliente possa abocanha-las inteiras.

URAMAKI

     È o hossomaki invertido: a alga nori fica por dentro do arroz, o que propicia que este possa ser coberto com qualquer ingrediente que grude, tais como gergelim moído ou pequenas ovas. Invenção relativamente nova dos norte-americanos (que em geral não gostam de nori), ganhou popularidade no Brasil.


TEMAKI

     Temaki quer dizer “enrolado na mão”. No Japão é um tipo de sushi muito apreciado pelas crianças e jovens. No Brasil é a “febre” do momento: este sushi foi adotado pelos jovens para substituir o lanche “pós-balada” na madrugada. Este sushi tem que ser comido de imediato para a alga não ficar “borrachuda”.


CHIRASHI-ZUSHI

     É a maneira mais simples de preparar e servir. Em japonês, a palavra significa “disperso” ou “esparso”. Numa caixa laqueada coloca-se uma camada de arroz, por cima da qual se dispõe vários tipos de peixes, mariscos, ovas e outros ingredientes.

INARI-ZUSHI
     Nesta preparação, o shari é misturado com vários ingredientes e depositado numa pequena bolsa de tofu frito. Tipo de sushi muito apreciado na colônia japonesa.


A HISTÓRIA DO SUSHI

     Por influencia da cultura budista, os japoneses sempre tiveram repulsa por carne de animais ou de aves, tipo de alimento que só foi admitido no Japão após a era Meiji (1868). O peixe era e é a mais tradicional e rica fonte de proteínas da dieta nacional, e os mares que cercam o país são provavelmente os mais ricos do mundo em pescados, frutos do mar e até mesmo em algas, ricas em vitaminas e ferro.
     Tamanha riqueza deriva das grandes profundidades desses mares, cujo fundo está em constante turbulência vulcânica. Sob o arquipélago de mais de 3.600 ilhas, o encontro de correntes marítimas abissais se encarrega de espalhar os minerais imprescindíveis à cadeia alimentar submarina. Esse processo engenhoso da natureza faz com que os frutos do mar do Japão sejam os mais deliciosos do mundo (e se tornem ainda mais gloriosos depois de passar pelas mãos dos mestres da culinária nipônica). Em contrapartida, a terra arável é pouca e montanhosa.
     Um fato é notório: no Japão, todos os dias, todas as pessoas, em pelo menos duas refeições, comem algo do mar, por consumo direto (peixes, mariscos, algas) ou indireto(a alga kombu no arroz, o peixe seco katsuobushi na sopa, por exemplo).
     Não há registros precisos de quando começou o hábito japonês de comer peixe fresco cru (sashimi). No final do século 14, os primeiros portugueses a aportarem no Japão já notaram esse costume local, considerando-o bárbaro e exótico (apesar de os próprios lusitanos serem grandes apreciadores de ostras frescas e cruas). Já naquela época, o peixe era comido com molho de soja (shoyu) e misturado a vários agentes de sabor.
     Historicamente, o consumo de peixe cru, misturado a molhos e temperos, sempre fez parte da dieta alimentar de vários países e culturas. Os arenques da Escandinávia, as ostras da França, os ouriços-do-mar do Chile, o ceviche peurano, o muk-tuk esquimó e o caviar do Cáspio são exemplos de que o gosto por delícias do mar frescas ou cruas não é privilégio japonês. No litoral sul brasiloeiro, os sambaquis (colinas surgidas do acúmulo de conchas, cascas de ostras e outros restos de comida dos habitantes do Brasil pré-histórico) também demonstram a existência desse hábito entre nossos primitivos índios. Se abrirmos o leque para as comidas cruas em geral, não podem faltar ba lista clássicos culinários como o carpaccio, o kibe cru, o steak tartar, o gravlax, e tantos outros pratos.
     O uso do vinagre para a conservação de alimentos é antiqüíssimo, havendo referencias desde o Antigo Egito, passando pela Babilônia, Roma e todo o Oriente. A combinação peixe e vinagre, por sua vez, constitui a base de muitos molhos. Os romanos usavam e abusavam de uma pasta de peixe feita com vinagre (garum), usada como base para inúmeros pratos, e os povos do Sudeste Asiático a empregam até hoje como item indispensável de sua culinária. Poderoso anti-séptico, o vinagre evita o desenvolvimento de bactérias, daí sua importância na conservação de alimentos.
      Em outras parte da Ásia, porém, o peixe era conservado em arroz. Pesquisas históricas atuais apontam que essa técnica de conservação surgiu provavelmente em Mianmar, país cujas montanhas abrigavam o cultivo do cereal e onde havia muito peixe de água doce. Era uma solução que permitia estocar alimentos para eventuais períodos de escassez – isso tudo cerca de 500 anos antes do início da era cristã.
     A origem do sushi é obscura e remonta há muitos séculos. Os ideogramas da palavra são de origem chinesa e tem a nada atraente significado de “tripas de peixe salgadas”.

Num ancestral exemplo de bom senso de marketing, ao fazer a transcrição fonética para seus próprios ideogramas os japoneses mudaram a palavra . o primeiro ideograma, su, significa felicidade; o segundo, shi, quer dizer presidir. Assim, a palavra designa algo como “presidir a felicidade”, o que, numa interpretação livre pode ser entendido como “comer peixe, feliz”.
     Embora não se saiba bem onde termina a verdade histórica e onde começa a lenda, acredita-se que os pescadores conservavam o pescado utilizando uma papa de arroz cozido, misturada com vinagre (su) do próprio arroz. A preparação consistia em limpar o peixe – em geral, carpa -, fatia-lo em filés e salga-los. Cruas (ou às vezes cozidas ou grelhadas de leve), as fatias eram cobertas com a papa. Por cima de tudo, punha-se uma pedra para pressionar o alimento. O peixe tornava-se avinagrado, mas perfeitamente comestível por muito tempo, com o arroz, ajudado pelo vinagre, produzindo ácido láctico para impedir a formação de bactérias. Apesar do avanço das tecnologias e conservação, esse método sobrevive em aldeias remotas do Japão e de muitos países do Sudeste Asiático. As populações locais o consideram melhor do que as técnicas de desidratação, salga, refrigeração ou congelamento, Alegando que as propriedades e o sabor do peixe são mais bem preservados.
     Esse seria o sushi original no Japão, e o primeiro documento formal que o atesta data de 700 d.C. O processo primitivo, contudo, levava de um a três anos para completar, e, na hora de comer, a papa do arroz tinha de ser descartada. Por volta de 1500, a técnica mudou e introduziram-se outros peixes além da carpa. O prazo de maturação diminuiu para um ou dois meses, e às vezes o arroz era comido. Em cerca de 1700, o peixe passou a ser colocado sobre o arroz avinagrado e prensado dentro de caixas retangulares de madeira. Demorava um mês para ficar adequado ao consumo.
     A versão moderna mais aproximada do sushi original é da região de Kansai, onde ficam Nara, Osaka e Kyoto. Nara foi a primeira capital do Império Japonês e diz-se que lá nasceu o primitivo sushi, como alimento para a Cerimônia do Chá. Era feito principalmente com carpa, chamava-se nare-zushi e seguia a modalidade avinagrada descrita anteriormente, sempre se descartando o arroz. Não por acaso, nessa região, até hoje permanece a preferência por peixes avinagrados, embora a carpa raramente seja consumida crua na atualidade.
     O surgimento do sushi tal como o conhecemos, no entanto, é relativamente recente. Há documentos que atribuem a um certo Hanya Yohei a idéias de combinar peixe cru fresco com uma porção de arroz avinagrado moldada com os dedos. Isso teria acontecido em Tóquio, em 1824. Capital do Japão moderno, a cidade se caracterizava pela vida agitada. A espera de semanas para que o peixe fosse preparado não condizia com os novos tempos, mais acelerados. Assim, Yohei-san, em sua banca de comidas “rápidas”, logo ganhou fama.
     A evolução desse achado conquistou todo o Japão, a ponto de surgirem inúmeras apresentações e estilos de sushi. O mais comum, e mais conhecido mundialmente, é o estilo de Tóquio, chamado de Edomae-zushi (Edo, é o antigo nome da capital japonesa). Mas, com certeza, antes de Yohei-san ficar famoso, o verdadeiro “inventor” do sushi deve ter sido algum anônimo faminto e afoito, que, sem paciência para esperar o tempo de conserva, acabou comendo o peixe ainda fresco e – principalmente – o arroz levemente avinagrado, antes de fermentar.
     Outro fator que contribuiu para a popularização nacional do sushi data da ocupação norte-americana do Japão, ao fim da Segunda Guerra Mundial. Devido à escassez de arroz para alimentar tanta gente, as autoridades responsáveis pelo racionamento da comida decretaram: um cupom equivalente a uma tigela de arroz poderia ser trocado por oito sushis. É claro que ninguém deixava escapar essa mamata.
     Conquistada a preferência nacional, o sushi foi lenta e silenciosamente – bem à maneira japonesa – seduzindo o mundo com seu sabor, sua beleza, sua riqueza nutricional e suas constantes inovações.

                                          Prato com os tradicionais sushi niguiri

                                          Prato com sushis contemporâneos

O ARROZ JAPONÊS

     O arroz é tão essencial para os japoneses que seu nome – gohan – também significa refeição. Assim como nós brasileiros, dizemos café-da-manhã, no Japão se usa o termo assa-gohan para designar o desjejum. Originário da China e cultivado no país desde 300 a.C., este cereal tem importância enorme na vida do arquipélago, a ponto de justificar a existência de um departamento, ligado diretamente ao primeiro-ministro, com a tarefa de controlar o estoque, a qualidade e a distribuição do produto.
     Anualmente, o Imperador em pessoa dá início ao plantio, em solenidade religiosa de grande pompa. No passado, a diferença entre uma boa safra, abençoada pelos deuses, e uma safra pobre era a diferença entre a vida e a morte pela fome. A riqueza de um homem se media, então, em “koku”, uma antiga medida de volume de arroz, sendo os pagamentos e as doações feitos nessa moeda.
     Hoje em dia, vários países do mundo, inclusive o Brasil, produzem arroz do tipo oriental de alta qualidade. Ainda que nós, brasileiros, desdenhemos do prepara tipo “unidos venceremos”, sem nenhum tempero, o arroz à maneira oriental tem sabor sutil e aromático e faz bem ao aparelho digestivo. É virtualmente o pão dos orientais, presente em todas as refeições. A partir dele, além de centenas de pratos, obtém-se de tudo: do sakê aos doces.
     Se você quiser vivenciar a experiência do “Gohan” (arroz japonês), vá a um restaurante japonês e peça uma porção, e para acompanhá-lo, peça, de acordo com
a sua preferência, um sashimi ou um grelhado (veja que ao contrário da cultura ocidental o arroz é o principal e não acompanhamento). Se você for destro, pegue
a cumbuca de gohan com a mão esquerda, e com a mão direita você vai manusear
o hashi; você deve comer alternadamente e mastigando pacientemente (com o espírito zen),  o gohan e o acompanhamento. A princípio não coma com expectativa de sabores
acentuados pois o gohan tem um sabor sutil. Com o tempo você vai perceber um sabor
sublime que evoca a nozes (acho que viajei...)

                                  RECEITA

  1. GOHAN (Arroz branco)
Ingredientes: .2 xícaras de arroz japonês
                      .3 xícaras de água
Modo de fazer: .Lavar esfregando e trocando a água 3 vezes
                         .Adicionar a medida de água e deixar descansar por 10 minutos
                         .Ligar a panela elétrica.
                         .Após o desligamento da panela, deixar descansar por 10 min.



domingo, 7 de novembro de 2010

A CERIMÔNIA DO CHÁ

     Existem várias lendas que tentam explicar a origem do chá; uma das mais interessantes diz que a 5000 anos atrás o imperador chinês Shen Nong tinha o costume de aquecer sua água para beber. Um dia três folhas trazidas pelo vento caíram na água, e esta infusão adquiriu uma coloração interessante. Shen Nong não resistiu à tentação de sentir o aroma e o sabor dessa nova e casual descoberta: o chá.
     No século IX o monge budista Eichu levou uma espécie de chá (danchá) quando retornava da China para o Japão. No século XII outro monge budista (Eisai) levou o “matchá” (chá verde) para o Japão, também quando retornava da China.
     Aos olhos ocidentais, a cerimônia do chá é o simples ato de beber chá acompanhado de alguns docinhos japoneses. Mas para os japoneses o “Chanoyu” (cerimônia do chá) é um ritual cheio de significados espirituais para se servir e tomar o “matchá” (chá verde pulverizado). Segundo o ritual, os convidados entram antecipadamente na sala de chá (uma sala simples com tatame), para se desligarem do mundo exterior e de suas preocupações. Em seguida são servidos os docinhos japoneses. Finalmente entra na sala a “chajin” (geralmente uma senhora, vestida a caráter, responsável por servir o chá). A “chajin” inicia o ritual purificando os utensílios; em seguida ela prepara o chá, sempre com movimentos suaves, e finalmente serve o “matchá” para os convidados. Depois que os convidados se servem, a “chajin” ainda purifica os utensílios utilizados. Os princípios da cerimônia do chá são: “wa” (harmonia), “kei” (respeito), “sei” (pureza) e “jaku” (tranqüilidade).
     Para nós que levamos o estilo de vida cada vez mais corrido deste início do século XXI, não é fácil compreender tanto significado neste ritual. Mas acho que vale a pena tentar absorver um pouco da filosofia dessa cerimônia dentro do nosso dia a dia, criando para nós alguns momentos “zen”. Por que não fazemos isso na próxima vez que formos nos deliciar com um prato de sushi? Com certeza ficará bem mais gostoso...


"Chanoyu" - Cerimônia do Chá


Sala de Chá


Utensílios da Cerimônia do Chá

LA DOLCE VITA II

     Estou compartilhando com vocês, o menu e as fotos da segunda reunião (a que eu tinha divulgado anteriormente foi a terceira reunião) da confraria gourmet La Dolce Vita ( o grupo é composto além de mim e de Miriam, dos amigos Dani e Roberto Pighini, e Eliana e Alexandre Reis). Esta reunião aconteceu em 01 de agosto de 2010 na casa de Dani e Roberto; logo na chegada tivemos a grata surpresa da mesa divinamente preparada por Dani especialmente para o nosso jantar. Os convidados foram os queridos amigos Andrea e Marcus Novais. O menu foi:

-Entrada fria: Roll de salada verde ao molho pesto com presunto Parma, com sorvete de
  manjericão e redução de vinagre balsâmico (by Elcio).

-Entrada quente: Mini lasagna de purê de ervilhas trufado com lascas de trufa negra(by Elcio).

-Prato quente 1 – Carré de vitelo marinado em vinho branco e laranja, acompanhado de
  batatas gratinadas (by Eliana). 

-Prato Quente 2 – Magret de Canard com 2 molhos (damascos e morango com pimenta)
  acompanhado de purê de mandioquinha (by Roberto) 

-Sobremesa – Flan de côco ao caramelo com cereja (by Dani).

                                                    Mesa preparada por Dani

                                                    Roll de salada verde com Parma e sorvete de manjericão

                                                    Minha lasagna de purê de ervilhas com lascas de trufa negra

                                                    Carré de vitelo marinado no vinho branco

                                                    Magret de canard c/ 2 molhos

                                                    Flan de côco com caramelo e cereja

terça-feira, 2 de novembro de 2010

VIDEIRAS, PÁSSAROS, GALETOS E POLENTA

     Gosto muito de pesquisar a origem de pratos, e esta achei muito interessante.
A viticultura é um processo muito complexo que depende de muitos fatores para determinar o seu sucesso ou insucesso. O primeiro fator é o “terroir” que abrange o tipo de solo, clima e relevo, além dos fatores humanos da produção. Outro fator é a incessante luta contra pragas e predadores, que inclui doenças causadas por fungos e bactérias, e o ataque de insetos e pássaros. Mas ao longo dos séculos e milênios técnicas naturais foram incorporadas para proteção dos vinhedos. Roseiras são cultivadas nos vinhedos pois são mais sensíveis às doenças, dando o alerta para o viticultor proteger as videiras. Figueiras também cumprem a mesma função, além de seus frutos serem mais atraentes ao pássaros. Laranjeiras também tem os frutos entre os preferidos dos pássaros.
     Os pássaros, desta forma, acabaram entrando para o cardápio dos imigrantes italianos, que descobriram um ótimo acompanhamento para a sua apreciada polenta.
Apesar de ter sido considerada comida de pobre no início do século XX na Itália, os imigrantes adotaram a polenta devido à facilidade de cultivo do milho no Brasil.
     Depois, por razões ecológicas, os pássaros foram substituídos pelos galetos (pequenos frangos abatidos com 1 mês de vida).
     Hoje o galeto acabou se tornando um tipo de refeição típico das Serras Gaúchas: de entrada a sopa de capeletti e depois o galeto assado na brasa acompanhado de polenta frita, salada de radicce (um tipo de almeirão de fácil cultivo) com bacon, e no final, são servidas as massas italianas. Simples e delicioso!




 

O VINHO BRASILEIRO

     Nos últimos anos tive o privilégio de conhecer vinícolas no Chile, na França e na Itália. Foram viagens inesquecíveis que muito acrescentaram à minha modesta cultura enogastronômica.
      Apesar de eu ser um sulista (nasci no Paraná), nunca tinha visitado as Serras Gaúchas, e tive esta oportunidade na semana passada (de 26 a 30.11.2010). Fiquei maravilhado com a beleza e a organização desta região, que tem forte influência dos imigrantes alemães e italianos.
     Mas, uma de minhas maiores descobertas nesta viagem foi na visita à sede da Miolo Wine Group. A paisagem e a arquitetura da sede me transportaram para os vinhedos da Toscana, de Champagne... E pude perceber a seriedade do trabalho que está em andamento na vitivinicultura brasileira. Meu coração brasileiro quase explodiu de tanto orgulho; além disso fiquei sabendo que este trabalho não é exclusividade da Miolo. Vou citar algumas vinícolas que também estão trabalhando nessa revolução do vinho brasileiro: Casa Valduga, Salton, Cave de Amadeu, Lídio Carraro, Don Laurindo, Chandon do Brasil, e com certeza muitas outras
                                      
                                       MIOLO WINE GROUP
     A família Miolo trabalha com viticultura desde 1897, mas a produção comercial começou somente em 1990. Em 20 anos, a empresa tornou-se líder no mercado de vinhos finos nacionais, com cerca de 40% de market share, e uma produção de 12 milhões de litros. A empresa possui seis projetos em cinco regiões vitivinícolas brasileira: Vinícola Miolo (Vale dos Vinhedos – RS), Vinícola Almadén (Campanha – RS), RAR (Campos de Cima da Serra – RS), Lovara Vinhas e Vinhos (Serra Gaúcha – RS) e Vinícola Ouro Verde (Vale do São Francisco – BA). Além disso conta também com seis acordos de joint ventures internacionais.
     Em 2002, a Miolo começou a exportar, e hoje 10% de sua produção e vendida para mais de 20 países.
     A Miolo tem um catálogo com mais de 100 rótulos, mas eu gostaria de destacar alguns produtos que são resultado de um trabalho que busca a produção de vinhos de qualidade:
-Espumante Cuvée Millésime (Pinot Noir/Chardonnay)
-Quinta do Seival (Castas Portuguesas Touriga Nacional/Alfrocheiro/Tinta Roriz)
-Miolo Lote 43 (Cabernet Sauvignon/Merlot)
-Merlot Merlot Terroir
-Cuvée Giuseppe (Cabernet Sauvignon/Merlot)
-Sesmarias (eleito no concurso Top Ten na Expovinis 2010 como o melhor tinto
  Nacional antes mesmo de chegar ao mercado é um misterioso corte de seis uvas)
     Fiquei tão empolgado com a qualidade dos vinhos que pretendo incluir alguns destes vinhos na Carta do Soho.
     E quem sabe desta parceria com a Miolo não sejam gerados outras novidades...
      

                                          Portal de entrada da sede da Vinícola Miolo

                                          Sede da Vinícola Miolo em Bento Golçalves - RS                   
                                        
                                          Vinhedos da Miolo em Bento Gonçalves - RS

                                         Cave da Miolo - vinhos repousando em barris de carvalho

                                          Garrafas do Miolo Millésime em processo de "remuage"
  
                                         Estoque do Lote 43

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

O SAKÊ

     Ainda hoje, com o fenômeno sushi/sashimi invadindo todos os cantos do mundo, muita gente acha que o sakê é uma “cachaça” de arroz. Na verdade o sakê é uma bebida obtida através da fermentação do arroz. Portanto ele está muito mais para um vinho, e sua graduação alcoólica também fica próximo aos 15%.
     O processo de obtenção do sakê é iniciado com o polimento dos grãos de arroz para eliminar as proteínas e óleos presentes neste cereal. O resultado deste polimento são grãos de “puro” amido. Em seguida o arroz polido é cozido somente com água, no ponto certo, para depois ser inoculado com o “koji” (Aspergillus Oryzae – fungo que se origina na fermentação do arroz). Essa mistura é então colocada em um tanque para ficar fermentando por aproximadamente 30 dias. Finalmente é feita a filtragem para a obtenção do sakê.

Fabricação do sakê no Japão
     A sabor final do sakê depende da qualidade do arroz, da qualidade da água e do controle das variáveis do processo de sua obtenção. Seus apreciadores estão percebendo a sutis diferenças entre as diversas marcas de sakê. Em São Paulo o Restaurante Kinoshita (do midiático chef Tsuyoshi Murakami) contratou uma “sommelier” de sakê, diretamente do Japão.
     No Soho Restaurante, em Fortaleza, tem o tradicional Azuma Kirin Dourado, que é um bom sakê fabricado aqui no Brasil, e o sakê Hakushika, que é uma boa marca japonesa.
                                COMO BEBER O SAKÊ
     A temperatura ideal para sentir as sutis características do sabor do sakê é 35 graus. Mas geralmente o sakê é bebido quente no inverno, e gelado no verão. Tradicionalmente o sakê quente é servido em um bule e pequenos copos de pocelana, e o sakê gelado é servido em copos quadrados de madeira chamados de “massu”. Existe o hábito de se colocar sal nas bordas do “massu”, mas esse costume já não é usado no Japão. Lá o sakê gelado é servido em cálices de vidro ou cristal. Diz a lenda que o hábito do sal surgiu entre os pobres, que não tendo um “petisco” para acompanhar o sakê, colocavam o sal na borda do “massu”. Mas muita gente já não consegue abandonar este hábito, e já faz parte do serviço dos restaurantes japoneses, levar à mesa, junto com o sakê, uma porção de sal. Com sal, ou sem sal, o melhor é se deliciar com esta bebida milenar. Kampai! (brinde japonês).
                                                     Sakê Hakushika com copos "massu"

domingo, 17 de outubro de 2010

AS TRUFAS

     Não! Não são as trufas de chocolate. Até que no seu formato lembram um pouco os apreciados bombons.
     As trufas são fungos subterrâneos que se unem às raízes de algumas árvores. Existem mais de 30 espécies de trufas conhecidas só na Europa. Mas somente 2 espécies tem valor gastronômico, e são encontradas na Itália (Toscana e Piemonte) e na França. Há uma espécie encontrada na China, mas o aroma é inferior. Na Toscana são encontradas os 2 tipos de trufa: a negra durante todo o ano, e a branca somente entre outubro e dezembro. A trufa negra tem um aroma menos intenso (mas já é inebriante), mas tem uma maior durabilidade, e fica muito bem conservada em lascas no azeite; e são mais baratas (150 euros por 100gr). A trufa branca é a mais rara e aromática; seu preço chega a 600 euros por 100gr.
     Quem já provou desta iguaria, paga com um sorriso no rosto. O aroma é arrebatador. É um clássico da gastronomia, capaz de deixar os maiores gourmets salivando. Já eram apreciadas pelos antigos egípcios, gregos e romanos (acreditavam que era afrodisíaca).
     Apesar do alto preço, o consumo deste ingrediente vem crescendo no mundo, pois além do crescente interesse pela alta gastronomia e seus clássicos, a trufa agrega muito mais valor ao prato do que custo. Devido ao seu valor aromático, bastam algumas gramas de trufa para enobrecer o prato.  As melhores pratos para se aproveitar o potencial da trufa são: o ovo frito, a “pasta” italiana na manteiga, o carpaccio, e enfim, pratos cujo sabor não ultrapasse a sutileza e a elegância desse ingrediente. As trufas não devem ser cozidas devendo ser acrecentadas somente na finalização do prato. Receitas com trufa não devem conter queijos pois esses anulam o seu sabor, porém pode-se preparar canapés de queijo brie, camembert parmesão, entre outros usando-se os produtos à base de trufa como mel, geleia e saba.
     Aqui em Fortaleza, você pode encontrar a trufa e seus derivados (azeite trufado, trufas negras em lasca e outros) nos Mercadinhos São Luiz (lojas Virgílio Távora e Santana Júnior), e no Empório do Pão. Nos restaurantes você já encontra alguns pratos trufados:
-Restaurante Moana – Gnochi de Mandioquinha com Molho de Emental Trufado
-Restaurante Soho – Sushi Niguiri de Salmão Flambado com Azeite Trufado.

Eu e o chef Claudio Savitar apreciando a colheita do dia


                                          O delicioso tagliolini na manteiga com lascas de trufas negras frescas





domingo, 10 de outubro de 2010

CHAMPAGNE

      O champagne é um vinho branco espumante, e hoje somente o produzido na região de Champagne, no norte da França, pode utilizar esta denominação. O vinho é produzido nessa região desde o século I. Mas foi entre 816 e 1825 que o vinho de Champagne ficou célebre, devido aos 37 reis que foram coroados na Catedral de Reims. No entanto, o vinho de Champagne não tinha nada de especial, e sua acidez era elevada.  
                                          Vinhedos de Champagne
                 
     A característica espumante desse vinho surgiu por acaso, devido à dupla fermentação, que ocorria naturalmente devido às alterações climáticas que ocorriam nessa região: o inverno rigoroso e longo, interrompia o processo de fermentação sem que os vinicultores percebessem; cessado o inverno o processo de fermentação retornava, quando o vinho já estava engarrafado, e com a liberação do gás carbônico, surgiam as bolhas, e algumas garrafas explodiam.
     No século XVII um monge beneditino chamado Dom Pérignon revolucionou o processo de obtenção dessa bebida; ele foi um grande pesquisador do assunto, e introduziu entre outras melhorias a “assemblage”(a mistura de diferentes vinhos, para se obter um produto mais harmonioso). É dele a célebre frase: “Venham, estou bebendo estrelas!”.
     Outra importante melhoria do processo foi introduzida por Nicole Ponsardin, que ficou conhecida como viúva Clicquot (Veuve Clicquot), pois após a morte de seu marido Felippe Clicquot assumiu o comando da vinícola da família. Ela introduziu a “remuage”, que consiste no processo de retirada dos sedimentos gerados pela fermentação na garrafa. .
     Em outubro de 2009 tive o privilégio de visitar a região de Champagne com um grupo de amigos apaixonados pela enogastronomia (Miriam e eu, Suzi e Eduardo de Come, e Sandra e Marcel Corbeau).  Tínhamos apenas um final de semana na região, e a escolha das “maisons” (casas de Champagne) foi feita por Sandra, que mora na Holanda. Não deve ter sido uma tarefa fácil, pois as opções são inúmeras (são mais de 12 mil marcas).  
     A primeira “Maison” visitada foi a Veuve Clicquot – Ponsardin. É uma das grandes marcas de Champagne, e suas inconfundíveis garrafas com rótulo amarelo-laranja, já alegraram muitas comemorações pelo mundo. A “Maison” tem uma imponente sede, com uma estrutura organizada para receber visitantes, e se você não fizer uma reserva antecipada, correrá o risco de não conseguir fazer o “tour” guiado pelas “caves”; o guia explica os detalhes técnicos da obtenção da bebida, e conta muitas histórias da vida de Madame Clicquot. O passeio termina em um “show room”, onde é oferecida uma degustação da Veuve Clicquot Ponsardin Brut. Não resistimos à tentação de adquirir um La Grande Dame (“cuvée de prestígio”: a fina flor da casa), para brindar divinamente aquele momento.


     Outra “Maison” visitada foi a Moët Chandon. É a marca de Champagne mais vendida do mundo. Também tem uma imponente sede, e assim como a Veuve Clicquot, pertence ao grupo Luis Vuitton Moët-Hennessy (LVMH). O  “tour” foi guiado por um português (finalmente a nossa língua), e foi um verdadeiro passeio pela história; sentei em uma cadeira que era utilizada por Napoleão Bonaparte em suas constantes visitas a essa “Maison”. A visita terminou em uma grande loja, e acabamos adquirindo uma garrafa do Dom
Pérignon (“cuvée de prestígio” da casa) que vamos abrir em 2011, em Amsterdan, na casa de Marcel e Sandra (esse maravilhoso Champagne ganha complexidade ao envelhecer).

     A última visita foi em uma pequena vinícola familiar, localizada em Ambonnay,  chamada Benoit Beaufort. As instalações são muito simples, e fomos recebidos pelo proprietário monsieur Benoit, em seu modesto escritório/show room. Mal sentamos na mesa ele abriu uma garrafa de Champagne, que fomos degustando enquanto ele nos contava sobre a sua rotina de trabalho. Todo o trabalho é executado por ele e sua esposa; somente no período da colheita são contratados 20 colaboradores temporários. Sem que nós percebêssemos, ele acabou abrindo 3 garrafas, e nós acabamos “degustando-as”. Daí fomos fazer uma visita em suas “caves”, e tivemos o privilégio de conhecer, com detalhes, todo o processo de obtenção do Champagne e  participar ativamente do processo de “remuage” (experiência inesquecível). Voltando ao escritório, faltava a degustação do Benoit Beaufort Grand Cru Millésime 2002: divino, com o inacreditável preço de 17 euros por garrafa. –Bebemos estrelas!

    

domingo, 3 de outubro de 2010

LA DOLCE VITA

Participo de uma confraria gastronômica da qual fazem parte alguns dos grandes chefs de Fortaleza. Nossos almoços da Domingueira Gourmet são sempre maravilhosos, mas não haveria de se esperar outro resultado pois o nível dos “profissionais “ envolvidos no grupo é altíssimo.
       Fazemos (eu e minha esposa Miriam) parte também de uma confraria mais informal: o La Dolce Vita. Trata-se de um grupo de 3 casais (além de nós, os casais Roberto e Dani, e Alexandre e Eliana) que acabou descobrindo algumas afinidades importantes para se conduzir este tipo de grupo: a paixão pela enogastronomia e o prazer de servir. Nosso lema é “aos amigos a melhor parte”. 

Dani e Roberto

Alexandre e Eliana

Elcio e Miriam
   
     Nossas reuniões ocorrem a cada 2 meses, revesando nossos apartamentos como sede. O casal anfitrião pode convidar mais um casal, o que acaba trazendo ainda mais alegria ao nosso grupo. Na verdade gostaríamos de convidar mais amigos, mas isso dificultaria a realização de todo o ritual necessário para se realizar um jantar de alto nível.
     Eu e Miriam temos ficado impressionados com a dedicação, o empenho e o resultado alcançado, pois os outros casais envolvidos não são profissionais da área gastronômica como nós.
     Realizamos ontem (02.10.10) nossa reunião no apartamento de Alexandre e Eliana, e os convidados foram o Miguel e a Marcia. Ao chegarmos ao local, nossa primeira surpresa: uma mesa redonda, alugada especialmente para o nosso jantar, e divinamente decorada com flores naturais (muito bom gosto). O que veio em seguida foi uma sequencia pratos deliciosos e vinhos inebriantes:
     -Welcome drink: Espumante Brut de Baga Casa Sarmento (Portugal)
     -Entrada fria: Queijo Burrata com Flor de Presunto Parma e Figo e  Pão Artesanal
                           de Ervas e Amêndoas (preparado por Dani)
                           Harmonizado com Petit Chablis 2007 (França)
     -Entrada Quente: Camarões Flanbados na Vodka Absolut Mango (preparado por Roberto)
                                 Para harmonizar continuamos com o Chablis.
     -Prato 1 - Bacalhau à Lagareiro (preparado por Alexandre)
                    Harmonizado com Villard Chardonnay 2007 (Chile).
     -Prato 2 – Rolê de Filet Mignon recheado com Shimeji e Tutano Bovino ao Molho
                      de Algas Kombu, acompanhado de Espaghetti de Nirá e Quinoua (preparado por Elcio)
                      Harmonizado com Marques de Casa Concha 2007 (Chile).
     -Sobremesa:  Pasta de Frutas (preparado por Marcia)









Burrata com Flor de Parma e Figo





















Camarões Flambados com Vodka Absolut Mango













Bacalhau à Lagareiro





Rolê de Filé Mignon com Shimeji e Tutano                                                

sábado, 2 de outubro de 2010

DICAS PARA APRECIAR UM SUSHI



  1. O molho shoyu deve temperar a fatia de peixe, e não o arroz.
      O verdadeiro prazer da degustação do sushi está na fusão dos sabores do
      peixe (levemente temperado com shoyu) com o arroz e seu tradicional
      tempero agridoce. O sushi original tem o bolinho de arroz levemente aper-
      tado pelas mãos do sushiman; desta forma o sushi se desmancha na boca,
      aumentando as sensações agradáveis de seus sabores. Infelizmente somos
      obrigados a fazer os bolinhos mais apertados devido ao costume ocidental
      de encharcá-los no molho shoyu. Mas se você quiser experimentá-los à
      moda japonesa é só pedir a um bom sushiman.


Sushi Niguiri de Salmão


  1. Use o molho shoyu com moderação.
      Por ser um molho salgado, o consumo excessivo do molho shoyu acaba
      cobrindo o verdadeiro sabor do sushi, além de trazer conseqüências malé-
      ficas para a saúde.  
   
  1. Para os maki-zushi (enrolados), basta passar um dos lados brevemente no
      shoyu. Para os temaki, pingam-se algumas gotas de shoyu diretamente no
      recheio.


                                                      Temaki de Salmão

  1. O sushi que já vem coberto com um molho especial, como o unagui (enguia)
      ou o skin (pele de salmão), não deve ser passado no shoyu.


  1. Para o gunkan (dyo), não se pode molhar o tope no shoyu, pois o recheio
      pode cair. Pegue um pedaço de gari (gengibre) com os hashis, molhe-o no
      shoyu e passe-o sobre o tope.


  1. O sushi pode ser comido com a mão.
      Se você quiser comer o sushi com a mão, peça uma toalha úmida ao garçon.
      Mas se você fizer questão de utilizar os hashis, e degustar o sushi correta-
      mente, vai ter que treinar um pouco. Mas não é tão difícil: com a palma da
      mão voltada para cima, colhe-se o sushi com os hashis, e gira-se o pulso
      de modo que a fatia de peixe fique parcialmente inclinada para baixo.
      Toca-se o lado com peixe no shoyu e leva-se o sushi nessa posição até a
      boca, de modo que o peixe entre em contato com a língua.


  1. O gari (gengibre) deve ser comido entre um sushi e outro.
      O gari tem a mesma função do sorbet francês: limpar o paladar entre um
      sushi e outro.

     Estas dicas básicas não tem o objetivo de complicar o seu prazer de comer um bom sushi. Regras gastronômicas podem ser quebradas quando o benefício é o nosso prazer (absolutas são as leis divinas e as leis dos homens, necessárias para a convivência pacífica dos homens). Mas na gastronomia é interessante a experimentação dos rituais ligados à origem do alimento. Vale a pena tentar;
você pode descobrir novos sabores... Kampai!









                                 HARMONIZAÇÃO PARA SUSHI


     Existem 2 bebidas que foram feitas para harmonizar com o sushi: o sakê e o
chá verde. Estas bebidas estão tão ligadas à cultura gastronômica japonesa que cada uma merece uma coluna à parte. Gostaria hoje de indicar 2 bebidas ocidentais que harmonizam perfeitamente com o sushi:
  1. Cerveja Eisenbahn Pilsen
      Cerveja artesanal dourada, leve e saborosa. Pela sua leveza, harmoniza muito bem com sushi e pratos delicados à base de peixes e frutos do mar.
Fabricada por uma cervejaria de Santa Catarina, foi adquirida pelo Grupo
Schincariol. Esta cerveja é encontrada nos melhores restaurantes e supermercados de Fortaleza.
  1. Vinho Oroya Special for Sushi
      Vinho branco elaborado para ser apreciado com sushi, é um sucesso mundial desde a sua criação na Espanha. É o resultado de um longo trabalho de testes e pesquisas desenvolvido pela Freixenet para encontrar a composição ideal de uvas, que resultou numa qualidade aromática e sabores frutosos, em um vinho de corpo firme e pleno, com acidez equilibrada e agradável. Convive harmoniosamente com os sabores marcantes do wassabi (raiz forte) e do gari (gengibre), sem perder a sua personalidade. Este vinho é encontrado nos melhores restaurantes japoneses de Forteleza, e é distribuído pela Franec-Brava Bebidas (3261-4191).